domingo, 22 de setembro de 2013

Tomei um gorózinho de nada no boteco do Gardel,

La Cumparsita arraigando lá por detrás do balcão, 
o Silva me pergunta de você. 
Saravá! 
Bramânicas que me perdoem, Cecília, 
mas o teu carma é dos piores.

Querida Cecília,

Mal-disse os dias que passei contigo e teu pouco caso. Teus Ginsbergs, Chinaskys, Garfunkel e tuas flutuações. Desse odiar Ozenfant, comer naquele boteco da Calle Suipacha e mal traduzir Troyat. Troyat o caralho, Cecília! Fodês-te com meu fígado e com as minhas procedencias literarias, diaba! Levaste meu fôlego e só me deixaste um Tchékhov malencapado. Tchékhov já chupava um pau antes Lênin ter pentelho. E quer saber, puta é quem pariu esse teu beiço estalado e essa tua boceta apertada. Essa tua falta de explicação, esse teu desapego... Mas deixa, niilismo de pior gosto não me faz mal não, o amor que tu nunca disse sentir cabe nessa dose, quando transborda, fodo a vizinha, aquela loira que tu não gostavas. Aquele rabo é um anti-coagulante do caralho! E outra, um casal chinês quer comprar o apartamento. Chinês é bicho porco, vão foder com a pintura em uma lua. Concertei a pia da cozinha também. 


Ainda te gosto como gosto de pinga. 
Ou até mais. 
Volta. 

 Amor, Marcos.